Sinfonia em Sol Maior / Mozzart


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Índios da Província de Goyaz
Valeriano Luiz da Silva

Filósofos como “Rosseau,
Montaigne e Diderot”
Sobre os índios brasileiros falaram
E teceram comentários...

Mas vou me ater aos índios da minha terra...
Muitos desapareceram, outros não têm reservas,
O Bandeirante quando aqui chegou...
Com fogo os ameaçou

Querendo tornar os índios escravos
Bartolomeu quis mostrar-se bravo
Os índios Goiá e Araés foram adestrados
Gritando “Anhanguera, Anhanguera” assustados...

Goiás terra dos Kakriabás
Morada dos Akroás
Onde já foram livres os Karajás
Antes de o bandeirante aqui chegar

Caçavam e pescavam os Carijós
Não eram vigiados e andavam sós
Desfrutavam da natureza os Javaés
A terra era também dos Naudezes

Mas chegou certo instante
Mataram nossos xavantes
Hoje são poucos os restantes
Tudo começou por causa do ouro abundante

Onde estão nossos Caiapós?
E o ouro que era encontrado como pó
As terras precisavam ser colonizadas
Mas não com roubo, morte ou pancadas,

A Capitania de Goiaz
Mostrou-se incapaz...
De proteger nossas aldeias
E a maioria virou pó e areia

O que fizeram dos bons selvagens...
O branco fez das matas lindas pastagens
Pois sempre levou vantagem
E até pra matar índio arrumava coragem

O terceiro milênio chegou
Para os índios nada melhorou
Para que o futuro do índio não seja perverso
É preciso breve reverso

Enquanto o homem só pensa no progresso
Há tribos que só renasceria por incesto
Mas entre os índios o incesto é pena de morte
Para um ou dois índios ter famílias só se for por sorte

Talvez tornemos humanistas
Como Marechal Rondon grande sertanista
Que substituiu o ódio pela ternura
E a suspeita pela confiança destas criaturas

Ou sigamos os Irmãos Villas Boas
Duas gentis pessoas
Que por longa jornada
Suas vidas aos índios foram dedicadas

“Goyaz” nome da antiga província
Anápolis-Go, 27/07/05
valerianols@globo.com
www.albumdepoeta.com

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Índios...Injustiça Social
Augusta Schimidt

Diferença cultural
Desigualdade social
Dificuldade de distribuir
Com justiça o seu fruto
Sua lida pela vida,
Empobrecida...

Quando tudo começou
Uma esquadra na praia atracou
Com a tribo nativa barganhou
E foi assim que o Brasil começou...

Hoje...
Pataxó, Ianomâmi, Cariri
Xavantes, Tupinambá, Tupi Guarani,
Perde a terra
Perde o sonho
De viver no paraíso
Sente a fome,
Sente a sede
E nem dorme mais na rede

Não tem mais porto seguro,
Só tem o céu escuro
Sem paz e sem ar puro.

E a vida nativa,
Sem as flores da esperança
Sem as claras cachoeiras
Se perde na ribanceira
Desse mar selvagem
Da descrença brasileira.

Campinas /SP /07/06/05 10.00hs